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Tendências de A&B que brilharam em 2025 ganham força em 2026

  • Foto do escritor: Simone Barrichello
    Simone Barrichello
  • 2 de dez.
  • 10 min de leitura

Guia prático para transformar bem-estar funcional, plant-based autêntico, sabores globais com identidade local e sustentabilidade mensurável em experiências de eventos.


Se 2025 colocou a experiência gastronômica no centro dos eventos, 2026 consolida o movimento com base em ciência, transparência e propósito. O participante quer comer bem e se sentir bem, e isso significa cardápios que conectam prazer e nutrição, bebidas com propósito claro, escolhas plant-based de verdade e operações sustentáveis que saem do discurso e entram nos indicadores. Relatórios globais apontam continuidade das grandes teses: saúde intestinal e funcionalidade seguem em alta, o plant-based amadurece e privilegia rótulo limpo, tradição e autenticidade ganham protagonismo, e o consumidor exige justificativa concreta para cada escolha apresentada.

O objetivo deste guia é traduzir tendências em decisões operacionais de A&B para eventos. Você vai ver como transformar bem-estar funcional em hidratação inteligente e bebidas fermentadas de produção local, como reposicionar plant-based como opção desejável e não apenas substituta, como explorar sabores globais sem perder a identidade do território, e como tornar a sustentabilidade mensurável, com KPIs simples e comunicação clara no local do evento. 



1. Bem-estar funcional em 2026: fibra, microbioma e equilíbrio mente-corpo


A tese de funcionalidade não é modismo, é um novo padrão do que significa "comer bem" nos eventos. Em 2026, a saúde intestinal permanece no topo da agenda, agora com ênfase explícita em fibras, prebióticos, probióticos e em uma visão mais ampla que inclui humor, clareza mental e qualidade do sono. Nas ruas, isso se traduz em águas saborizadas com ingredientes frescos, chás gelados artesanais sem excesso de açúcar, kombuchas produzidas por microprodutores, kefir de água com fruta da estação, smoothies com fibras naturais e, para públicos específicos, opções com botânicos que conversam com foco e relaxamento.

O reforço do equilíbrio mental (conceito conhecido internacionalmente como "Mind Balance") como eixo de inovação, ao lado do foco em saúde intestinal ("Gut Health Hub"), aparece nas listas de 2026 e ajuda a guiar a curadoria para experiências que combinam prazer sensorial e benefício percebido. Estudos do setor indicam que o mercado global de alimentos funcionais deve atingir US$ 275 bilhões em 2025, com crescimento anual de 8,3%, demonstrando que essa não é uma tendência passageira.

Na prática do evento, comece simplificando: trate a hidratação como experiência, com estações bonitas, gelo com frutas e sinalização discreta de benefícios, sem promessas milagrosas. Dê espaço a bebidas com propósito que as pessoas já conhecem no dia a dia, como chás de infusão fria e fermentados leves, e inclua fibras de forma inteligente no coffee, por exemplo com pães de fermentação natural, granolas de baixo açúcar e frutas inteiras e cortadas que privilegiem crocância, acidez e frescor.

O movimento de valorização das fibras, destacado nas previsões de varejo para 2026, funciona como ponte entre saciedade, microbioma e percepção de energia estável ao longo do evento. Dados mostram que alimentos ricos em fibras podem aumentar a sensação de saciedade em até 30% e melhorar a concentração dos participantes em eventos de longa duração.


O ponto de controle é dado: acompanhe taxa de consumo por faixa horária para calibrar produção e reposição, registre feedback rápido do público via QR Code nos totens de hidratação, e ajuste doçura e acidez conforme resposta real. Se você precisa de argumento adicional para patrocinadores, utilize o enquadramento mais amplo de 2026, que fala de equilíbrio em vez de extremos: a ideia de sair do “maxing out” de proteína ou fibra como meta isolada e migrar para diversidade e sensorialidade com propósito.


KPIs práticos para bem-estar funcional:

  • Taxa de consumo por faixa horária: meça quantos litros de cada bebida são consumidos a cada 2 horas para calibrar produção

  • Índice de reposição: registre quantas vezes cada estação precisa ser reabastecida (meta: máximo 3 reposições em eventos de 8 horas)

  • Feedback instantâneo: implemente QR Code nos totens de hidratação vinculado a pesquisa de 3 perguntas (sabor, temperatura, variedade)

  • Ajuste operacional: documente alterações de doçura e acidez conforme resposta real, criando histórico para eventos futuros


2. Plant-based autêntico: da imitação para a nutrição com rótulo limpo

O plant-based evolui em 2026. Sai de cena a obrigação de "parecer carne" a qualquer custo e entra a proposta de sabor, textura e nutrição que se sustentam sozinhos, com listas de ingredientes curtas e minimamente processadas. O termo-chave do ano é "Authentic Plant-based" (plant-based autêntico), com o consumidor valorizando naturalidade e processamentos mais gentis, além de ampliar repertório de fontes proteicas como leguminosas, grãos, sementes, cogumelos e até micélio em formatos de fibras que aceitam marinadas e grelha.


O mercado global de alimentos plant-based cresceu 43% entre 2020 e 2024, atingindo US$ 29,4 bilhões, e estudos de comportamento mostram queda de 68% nas preocupações com sabor e textura em plant-based, efeito direto de investimentos em formulação e técnicas culinárias mais cuidadosas.

Para eventos, o reposicionamento é simples e poderoso: nomeie os pratos pelo sabor e pela construção, não pela ausência de carne. "Hambúrguer de quinoa com ervas e tahine", "moqueca de banana-da-terra com farofa de castanhas", "taco de feijão-preto com pico de gallo e guacamole" comunicam desejo e repertório, respeitam alérgenos e ajudam o público flexitariano a experimentar sem preconceitos.

Em operações de alto fluxo, privilegie bases que entregam textura e permitem organização prévia da cozinha (mise en place - termo culinário francês que significa "tudo no lugar"), como grão-de-bico, lentilha, ervilha e cogumelos salteados em ponto alto de caramelização (reação de Maillard, processo químico que cria sabor e cor dourada ao aquecer proteínas e açúcares). Testes demonstram que cogumelos salteados em alta temperatura podem atingir 85% de aprovação em painéis sensoriais, equiparando-se a proteínas animais em satisfação.

A literatura de ingredientes funcionais para 2026 confirma que proteínas vegetais como ervilha, fava e amêndoa se consolidam em shakes prontos, blends de performance e alternativas lácteas mais estáveis, o que pode abrir caminhos para coffee breaks e ilhas de bebidas com rotatividade.


Governança operacional para plant-based:

  • Fichas técnicas obrigatórias: documento com lista completa de ingredientes, 14 alérgenos principais destacados, processos térmicos aplicados e porcionamento padrão

  • Protocolo anti-contaminação: utensílios exclusivos de cor diferenciada, áreas separadas de preparo quando possível, treinamento trimestral da equipe

  • Testes sensoriais pré-evento: painel com 15-20 pessoas representativas do público, avaliando textura, sabor e temperatura em escala de 1 a 5

  • Opção de emergência: tenha sempre uma receita plant-based que pode ser montada em menos de 5 minutos nos picos de demanda (ex: wrap de homus com vegetais crus).


Se a pauta permitir, explore híbridos de alto apelo culinário que mantenham a proposta de redução de impacto sem sacrificar experiência. Pratos híbridos (70% vegetal + 30% proteína animal) podem reduzir pegada de carbono em até 40% mantendo alta aceitação.


3. Sabores globais com autenticidade local: tradição, técnica e narrativa

A busca por “sabores do mundo” continua forte, mas 2026 pede identidade, respeito às referências e uma pitada de nostalgia bem executada. As listas do ano destacam “Crafting Tradition” e um retorno a técnicas clássicas, ao mesmo tempo em que abrem espaço para camadas de textura e aroma que surpreendem, sem cair no excesso. Para eventos, isso significa menus autorais que contam histórias do território por meio de ingredientes locais, conectando ceviches, curries, massas e sanduíches a frutas, pimentas, castanhas e pescados de procedência responsável. É menos sobre copiar uma cozinha específica, mais sobre dialogar com ela de forma honesta e saborosa.

No bar, o movimento acompanha a cozinha. Em 2026, projeções varejistas apontam elevação de vinagres em formatos ousados, coquetéis sem álcool com botânicos e infusões, e até um resgate de gorduras tradicionais na culinária de alta experiência, temas que podem aparecer em ativações pontuais e menus degustação, desde que haja coerência com o público e o posicionamento do evento. O fio condutor é a autenticidade, não o modismo.


Comunicação eficaz no local do evento:

  • Sinalização educativa: uma linha de até 15 palavras contando origem do prato ou ingrediente-chave

  • Marcação de alérgenos: ícones universais visíveis (glúten, lactose, oleaginosas, crustáceos, etc.)

  • Sugestões de harmonização: quando aplicável, indique combinação com bebidas sem álcool disponíveis no evento

  • Bilinguismo estratégico: para eventos internacionais, sinalização em português e inglês aumenta inclusão em 34%


4. Sustentabilidade aplicada e upcycling com métricas à vista


A pauta ambiental amadurece em 2026 e se torna mensurável para quem organiza eventos. O consumidor quer justificativas claras do porquê de cada escolha, e relatórios de tendências falam em "Justified Choices" (escolhas justificadas), onde transparência, apoio a produtores locais e benefícios tangíveis no produto são ponto de partida e não diferencial.

No foodservice, isso se traduz em métricas de desperdício, planos de água e energia, e roteiros estruturados de logística reversa que incluem copos retornáveis, segregação visível e parceiros confiáveis para o pós-evento. O setor de eventos é responsável por aproximadamente 1,2 kg de resíduos por participante/dia, sendo que 40-60% desse volume é desperdício de alimentos evitável.

O upcycling (reaproveitamento criativo que agrega valor), que ganhou tração nos últimos anos, segue em rota de crescimento em 2026, com o mercado global projetado para atingir US$ 97,2 bilhões até 2032, crescendo 6,8% ao ano. Para eventos, o conceito pode aparecer tanto no cardápio, com reaproveitamento criativo de cascas, talos e aparas em caldos, farofas, temperos e sodas artesanais, quanto na cenografia e nos brindes, com reutilização de banners, lonas e tecidos.

A diferença entre narrativa e prática está no dado: meça sobras por estação e por turno, registre litros de água por ponto de produção quando a infraestrutura permitir, e divulgue resultados de forma simples, sem greenwashing (propaganda enganosa sobre práticas ambientais).


Dashboard de sustentabilidade para eventos (KPIs mensuráveis):


Métrica 1 - Desperdício de alimentos

  • Fórmula: (kg de sobras não consumidas ÷ total de kg servidos) × 100

  • Meta: máximo 8% de desperdício

  • Como medir: pese bandejas/recipientes ao fim de cada turno, subtraia peso do recipiente

Métrica 2 - Fornecedores locais

  • Fórmula: (valor gasto com fornecedores num raio de 150km ÷ valor total de compras) × 100

  • Meta: mínimo 35% de fornecimento local

  • Como medir: solicite comprovante de origem no pedido, categorize no relatório de compras

Métrica 3 - Utensílios retornáveis

  • Fórmula: (número de copos/pratos retornáveis utilizados ÷ total de itens servidos) × 100

  • Meta: mínimo 60% em eventos controlados

  • Como medir: conte itens retornáveis comprados/alugados vs estimativa de público

Métrica 4 - Consumo de água estimado

  • Fórmula: leitura do hidrômetro ao início e fim do evento ÷ número de participantes

  • Meta: máximo 15 litros per capita em eventos de um dia

  • Como medir: solicite ao local leitura do hidrômetro ou instale medidores temporários

Métrica 5 - Satisfação alimentar

  • Fórmula: (número de avaliações positivas ÷ total de avaliações) × 100

  • Meta: mínimo 80% de satisfação

  • Como medir: pesquisa via QR Code com escala de 1-5, considere positivo notas 4 e 5


Seleção de parceiros para logística reversa confiável:

Critérios de auditoria:

  • Certificações ambientais vigentes (ISO 14001, LEED, ou equivalentes locais)

  • Relatório de destinação final dos materiais coletados (solicite mensalmente)

  • Rastreabilidade documentada: de onde vem e para onde vai cada tipo de resíduo

  • Visita técnica ao centro de triagem/reciclagem antes de fechar contrato

  • Acordo contratual com penalidades por descarte irregular

  • Histórico de trabalho com eventos similares (peça 3 referências verificáveis)


Se você trabalha com feiras e conferências, vai notar que a agenda de redução de desperdício e circularidade permanece viva no calendário global de 2026, com encontros dedicados a soluções de food waste e reciclagem que ajudam a manter o tema quente na cadeia de fornecedores e patrocinadores. Use esse contexto para educar parceiros, negociar metas conjuntas e transformar práticas em cultura operacional.


Conclusão

As tendências que brilharam em 2025 não só sobreviveram como ganharão densidade em 2026. Bem-estar funcional ficou mais técnico e mais acessível, o plant-based amadureceu e passou a ser desejável por sabor e naturalidade, os sabores globais encontram casa na identidade local, e a sustentabilidade saiu do discurso para o painel de indicadores. Em eventos, quem traduz essas forças em cardápios autorais, operações disciplinadas e comunicação honesta colhe vantagem competitiva, reduz risco e fortalece marca. O próximo passo é simples, começa com um teste e se consolida com medição. A diferença entre acompanhar tendências e liderar o mercado está na capacidade de transformar conceitos em protocolos, dados em decisões e histórias em experiências memoráveis.



FAQ


1. Quais são as principais tendências de alimentação e bebidas para eventos em 2025-2026?

As principais tendências incluem bem-estar funcional com foco em saúde intestinal, plant-based autêntico com rótulo limpo, sabores globais com identidade local e sustentabilidade mensurável com KPIs claros. A funcionalidade, fibras e probióticos lideram as escolhas de cardápio.


2. O que é bem-estar funcional em eventos corporativos?

Bem-estar funcional significa oferecer alimentos e bebidas que combinam prazer sensorial com benefícios para saúde, como hidratação inteligente, bebidas fermentadas, alimentos ricos em fibras e prebióticos que promovem saúde intestinal, clareza mental e energia equilibrada durante o evento.


3. Como criar um cardápio plant-based autêntico para eventos?

Foque em sabor e textura próprios, não em imitar carne. Use ingredientes com listas curtas (rótulo limpo), proteínas vegetais como grão-de-bico, lentilha e cogumelos, e nomeie pratos pelo que são: "moqueca de banana-da-terra" em vez de "opção vegetariana". Priorize técnicas que realçam sabor natural.


4. Como medir sustentabilidade em eventos de forma prática?

Estabeleça KPIs simples: quilos de desperdício por pessoa servida, percentual de fornecedores locais, taxa de adesão a utensílios retornáveis, consumo de água por ponto de produção e índice de satisfação alimentar. Comunique resultados de forma transparente, sem greenwashing.


5. O que é upcycling em eventos e como aplicar?

Upcycling é reaproveitar criativamente subprodutos alimentares e materiais. No cardápio, use cascas, talos e aparas para caldos, temperos e sodas. Na cenografia, reutilize banners e lonas. Meça e divulgue resultados para demonstrar impacto real.


6. Como incorporar sabores globais mantendo identidade local em eventos?

Conecte técnicas e temperos internacionais (ceviches, curries, massas) com ingredientes locais de procedência responsável: frutas regionais, pimentas nativas, castanhas e pescados locais. Conte a história do território no cardápio com sinalização educativa.


7. Quais bebidas funcionais oferecer em eventos corporativos?

Águas saborizadas com ingredientes frescos, chás gelados artesanais com baixo açúcar, kombuchas de microprodutores locais, kefir de água com frutas da estação, smoothies com fibras naturais e, para públicos específicos, opções com botânicos para foco e relaxamento.


8. Como reduzir desperdício de alimentos em eventos de grande porte?

Faça diagnóstico de consumo histórico, crie cardápios curtos com alta reprodutibilidade, use ingredientes sazonais, meça sobras por estação e turno, ajuste produção em tempo real e estabeleça parcerias de logística reversa auditáveis.


9. Qual o roadmap de 90 dias para implementar tendências de A&B em eventos?

Dias 1-15: alinhe equipes, mapeie fornecedores locais, teste receitas. Dias 16-45: faça piloto em evento menor, colete feedback, ajuste execução. Dias 46-90: treine equipe, execute evento principal, meça resultados, gere relatório de aprendizados e plano de evolução.


10. Como comunicar escolhas sustentáveis para participantes de eventos?

Use QR Codes para informações detalhadas sobre ingredientes, alérgenos, produtores locais e histórias dos pratos. Divulgue métricas simples e verificáveis (kg de desperdício evitado, % de fornecedores locais). Seja transparente e evite promessas exageradas.


11. Quais tecnologias facilitam a gestão de A&B em eventos?

Planilhas para controle de consumo e desperdício, QR Codes para comunicação de ingredientes, relatórios de PDV discriminados por item, aplicativos de pesquisa pós-evento e, quando possível, sensores para controle de temperatura. Priorize soluções úteis e simples.


12. Como criar estações de hidratação atraentes e funcionais em eventos?

Invista em apresentação visual bonita, gelo com frutas, variedade de águas saborizadas e chás gelados. Inclua sinalização discreta de benefícios (fibras, antioxidantes), evite promessas milagrosas e colete feedback via QR Code para ajustar doçura e acidez.



 
 
 

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